segunda-feira, 31 de outubro de 2011

domingo, 30 de outubro de 2011

Flor de Ir Embora

" Flor de ir embora
É uma flor que se alimenta do que a gente chora
Rompe a terra decidida
Flor do meu desejo de correr o mundo afora
Flor de sentimento
Amadurecendo aos poucos a minha partida
Quando a flor abrir inteira
Muda a minha vida
Esperei o tempo certo
E lá vou eu
E lá vou eu
Flor de ir embora, eu vou
Agora esse mundo é meu. "

Une Fleur

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Hoje vai ter uma festa!


Um ano do Edifício no meio do mundo. Happy Birthday!

Meu edifício no meio do mundo

Atendendo aos pedidos de algumas leitoras e leitores, eis que resolvi escrever um pouco sobre esse Edifício no meio do mundo. Meu querido, amado, criticado e lido (pasmem!) blog. Nascido da minha desocupação, paixão pela escrita e acidez desmedida, meu Edifício no meio do mundo é exatamente o que o próprio nome - surrupiado de uma letra de Ana Carolina - diz. A minha casa, o lugar pra onde eu trago minhas angústias depois de rodar arisca e desavisada por esse mundo louco. Onde eu me incomodo e me exponho. O lugar onde eu posso rir, chorar, gritar ou sussurrar e em sílabas, palavras e frases. O lugar onde meus amigos me encontram na minha forma mais bruta e mais pura. Onde eu dou material para que quando me detestem possam falar mal de mim. Um espaço onde eu existo e enlouqueço. Para onde eu venho quando o peito aperta ou simplesmente quando pousa uma borboleta na minha janela. Ele não é o melhor blog do mundo, mas é meu. Sou eu o tempo inteiro e mais ninguém. Eu e minha mente insana que não me deixa em paz. Refazendo-me a cada texto. Reinventando. Sendo. Eu em carne viva e sem parar.

sábado, 22 de outubro de 2011

O cara

Todo mundo já foi, é, será ou irá conhecer “o cara”. Se deparar com um ou vários exemplares do cara ao longo da vida é quase que inevitável para todos os cidadãos da contemporaneidade. Quer apostar? O cara é aquele rapaz com idade média entre os 25 e os 30 anos, récem-liberto de um relacionamento sufocante que durou entre dois e quatro anos e disposto a tocar terror na cidade. Tá vendo que você conhece? Tenho certeza, caro leitor, que você riu e lembrou daquela sua fase, ou daquele amigo, ou  - no caso das mulheres – daquele ex (desgraçado) que não te atende mais ou do que você não quer ver nem de pólo da Ralph Lauren (original, por favor).

O cara tá se achando, pegou uma espécie de carta de alforria (desculpa aí gente, mas tem namoro que parece escravidão), começou a malhar, deu um grau no carro (rodas, som, etc e tal), desbloqueou geral no msn e colocou pra funcionar a velha e boa agenda do celular: começou a telefonar para todos os brothers solteiros e todas as mulheres que ele não tinha “tempo” de ligar. Daí em diante, haja bônus e nome de motel na fatura do coitado!

Da namorada ele já nem se lembra mais (pelo menos é o que eles tentam demonstrar) e quando ela liga a fim de discutir pela enésima vez sobre o que não deu certo na relação deles, ele diz que está resolvendo um problema e retorna mais tarde. Mas, se ela tiver amigas baladeiras, saberá que o cara está sendo a pessoa mais vista em todas os eventos da cidade sempre muito bem acompanhado de uma garrafa de Red Label e completamente à caça. Não toma falta em um ensaio, uma festa de camisa ou um bate lata na ladeira de não sei das quantas.

O problema é que a sobrevida desse Superman é de, em média, um ano. Isso a depender das circunstâncias. Geralmente, eles não demoram muito pra sair da vida que, segundo eles, “pediram a deus” e conhecer alguém ou voltar para a ex.  Daí, é só esperar aquele tempo que eu falei lá em cima e começa tudo outra vez.                                                                                       

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

A corrida dos rótulos

Aos treze eu tirei a foto de Thiago Lacerda da capa do meu caderno e coloquei uma de Che Guevara, eu falava sobre Comunismo e Socialismo com a desenvoltura de um guerrilheiro e sabia a letra inteira de Faroeste Caboclo e outras músicas de Legião. Aos quinze eu li Cem Anos de Solidão, me apaixonei por Gabriel Garcia Marquez, devorei mais uma meia dúzia de títulos dele e entendia de Realismo Fantástico muito mais do que dos hormônios que borbulhavam em meu corpo. 

Porém, nessa mesma época eu passava todas as minhas manhãs de sábado ensaiando coreografias que nunca seriam apresentadas ao som de “Salvador mania de Pagode” um programa de rádio de uma emissora local que hoje eu nem lembro qual era, queria ir pra os shows e namorar até tarde como minhas primas e lia revistas de signos com galãs na capa. Quem era eu? Não sei.


O mundo vive tentando nos colocar rótulos. Fulano é cult, ciclano é fútil. Eu não me sinto confortável em nenhum deles. Posso falar sobre Foucault ou Nietzsche ou ainda sobre a trajetória de Joana Machado no programa A Fazenda 4. Entendo plenamente de algum desses três assuntos? Não. E não me importo nem um pouco com nada disso. Porque eu acredito que sabedoria é ter história e vocabulário para conversar tanto com antropólogo formado em São Lázaro quanto com o homem que vende a cerveja mais gelada da praia. E ponto final. 

Tem gente que acha que eu sou a pessoa mais metida do mundo porque cito Fernando Pessoa em meu facebook, gosto de ouvir Ray Charles tocando clássicos no piano, detesto erros de ortografia e vivo criticando tudo. Mal sabem que eu tenho músicas de Pablo do Arrocha no meu computador, não sei cozinhar, sonho todos os dias em ter dinheiro para me encher Victoria Secrets e Louis Vuitton e me critico pra caralho também. As pessoas querem nos enquadrar em algum perfil o tempo inteiro. Nos enfiar uma tarja e por na prateleira junto com outros “iguais”. Eu não aceito. Não me conformo e você deveria não se conformar também.

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Edição de aniversário. Participe!

Gente, esse humilde blog estará comemorando - como dizem as atendentes de telemarketing - um aninho na próxima semana. Por isso, além de bolo e guaraná, eu gostaria de fazer uma edição especial de aniversário para esse meu filhote que suporta minhas neuras, dramas e inquietações. Para produção dos textos dessa edição golden supreme very special quero contar com a ajuda de vocês, meus leitores lindos - ou seja, minha mãe e mais meia dúzia de amigos. 
Digam aí, o que vocês gostariam de ler no aniversário do Edifício no meio do mundo?

As sugestões poderão ser enviadas via comentário aqui no blog, no meu email (daza.ashanti@gmail.com) ou no facebook.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Notícia é notícia

Os Jogos Pan-Americanos de 2011, que começaram na última sexta-feira (14) e ocorrem em Guadalajara, no México, estão sendo transmitidos no Brasil, com exclusividade, pela Rede Record de Televisão. A emissora de Edir Macedo desbancou as outras e vem conseguindo, graças à cobertura das competições do Pan, melhorar os níveis de audiência.

Nesse contexto, a disputa pela audiência e pelos patrocinadores tem sido tão grande que as outras emissoras acabaram perdendo a noção do “valor notícia” do evento que é o segundo maior acontecimento multiesportivo do ano, contando com a participação de mais de 6.000 atletas de 41 nações em 36 esportes diferentes.

 A Globo, por exemplo, que sempre teve exclusividade dos grandes eventos de futebol e também de outros esportes não está nem se dando ao trabalho de dar notas só com a voz do apresentador, sem imagens, já que a Record não está cedendo imagens para ninguém. Até mesmo os canais fechados estão de fora. Ou seja, está todo mundo fingindo que o evento não está acontecendo. Dá pra acreditar?

Tudo bem que a Record tenha vencido a disputa pelo direito de exibição das competições e esteja cobrando uma fortuna e criando mil dificuldades para ceder uma imagem ou outra do evento, até porque pode se esperar tudo de uma instituição como ela. Mas daí as outras emissoras ignorarem o evento, isso é uma espécie de anti-jornalismo. É inadmissível. Nada justifica que o telespectador seja privado das informações referentes a um evento dessa magnitude. Virão as Olímpiadas de Londres em 2012, também vão fingir que elas não acontecem? Que eu me lembre, notícia é notícia. Pelo menos, foi assim que me ensinaram lá na faculdade.

domingo, 9 de outubro de 2011

Fugindo de nós

Amar alguém, mesmo sem ser correspondido, é uma forma que algumas pessoas encontram de se sentirem menos sozinhas e mais distantes de si mesmas. Nesse sentido, o amor é puro egoísmo. A gente ama o outro para se sentir melhor e não ter que se encarar. É por isso que as pessoas que não temem se enfrentar não sofrem da fatal necessidade de amar. O ser humano é isso. Uma busca incessante pelo seu próprio conforto. Uma fuga eterna da possibilidade de se encontrar com ele mesmo. Ainda que isso custe estilhaçar seu coração.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Engordar virou graça

Enquanto a Organização Mundial de Saúde tem desenvolvido um sem número de pesquisas e campanhas a fim de combater um dos maiores males da atualidade: a obesidade, o (cada dia mais sem graça) Pânico na TV resolve obrigar um de seus apresentadores a engordar com o intuito de tirar sarro da dieta feita pelo jornalista Zeca Camargo no quadro “Medida Certa”, do Fantástico. 

Ou seja, toda vez que eu penso que já vi de tudo nessa televisão brasileira, sou surpreendida com uma dose extra de imbecilidade e falta de senso e criatividade do humor produzido em nosso país. Na falta do que dizer, fazer e mostrar, engordar virou graça. É de lascar!

Enquanto Vesgo (Rodrigo Scarpa) estiver engordando os dezesseis quilos em um mês – tempo determinado pelo programa – muitas pessoas estarão morrendo graças a uma doença com características epidêmicas que pode favorecer ou agravar a hipertensão arterial, a diabetes, a Apneia Obstrutiva do Sono e gerar disfunções respiratórias, além de complicações cardiovasculares e atinge, segundo dados do IBGE, cerca de 17 milhões de pessoas no Brasil. A maioria dessas pessoas não tem assistência médica de qualidade, nem o salário do Pânico. Elas estão doentes, são vítimas de preconceito o tempo inteiro, são sub-representadas pela mídia e por isso não acham a menor graça do “Em busca da cinturinha do Zeca Camargo”.

Parece que para o Pânico não basta humilhar meia dúzia de mulheres seminuas com peitos e bundas falsas desesperadas e ávidas por virarem notícia no mundo das subcelebridades toda semana, não basta contratar para expor ao ridículo pessoas com deficiência mental, não basta só saber fazer humor racista, machista e misógino domingo após domingo, tem que brincar de engordar para ver se eleva audiência. É pra ficar em pânico mesmo! 

domingo, 2 de outubro de 2011

Agora o bullying explica tudo

Eu sou de um tempo em que tiro em escola era uma coisa que a gente só via em documentário americano. Bons tempos, em que comentários sobre a altura, os óculos, as pernas tortas, a gordura ou o tamanho da cabeça dos colegas eram apenas brincadeiras normais de criança ou adolescente, que rendiam no máximo uma advertência da coordenação do colégio. Não, eu não estou fazendo incitação à violência, ao preconceito ou à tortura psicológica. Só acho que algumas atitudes são inerentes a fase escolar.

O tempo passou e os tiros em Columbine chegaram ao Brasil. Chegaram e atingiram em cheio uma escola Realengo. Tirando a vida de treze estudantes e desesperando milhares de pais e mães que todos os dias mandam seus filhos às escolas desse país. O autor, que se matou em seguida, especula-se, dentre tantas conversas desencontradas, estaria se vingando do bullying que sofrera quando era aluno daquele mesmo colégio. Quem sabe? Talvez assim fique mais fácil de explicar. Parece que alguém teve a brilhante ideia de pôr a culpa de um atentado dessas proporções num trauma pelas gozações sofridas na infância e pronto: está resolvido.

Após cerca de seis meses, outra tragédia choca o país. Um garoto de dez anos atira na professora dentro de uma sala de aula e em seguida se retira e dá um tiro na própria cabeça, em uma escola em São Caetano, no ABC Paulista. No mar de desespero e controvérsias que ronda em torno do trágico episódio, começam a relacionar a história do menino - que só tirava boas notas, era tranquilo e etc -  com o fato de que ele era vítima frequente de bullying. Mas como assim? Agora o bullying tem que explicar tudo.

A arma levada pelo garoto pertencia ao pai dele - que é Guarda Municipal – e ninguém sabia que ele estava com ela dentro da escola. O tiro atingiu o quadril da professora, o menino se matou fora da sala. Será que ninguém imagina que simplesmente essa criança pode ter levado o revólver para mostrar aos colegas, numa atitude infantil e, portanto natural a alguém com dez anos de idade, e que após o desespero do disparo acidental na professora, ele transtornado cometeu o suicídio?

Mas, por que ninguém se pergunta o que faz uma criança entrar armada em uma sala de aula? Será que não seria mais adequado que se começasse um trabalho nas escolas para evitar isso do que ficar jogando a culpa desses atos fatídicos na revolta dos alunos diante de brincadeiras que sempre existiram e que continuarão a existir?

sábado, 1 de outubro de 2011

As donas dos pedaços

Eu juro que tento, me esforço, mas não consigo entender a incansável patrulha dessas mulheres que se comportam como verdadeiros cães de guarda dos perfis de seus amados nas redes sociais. Basta uma mínima suspeita de qualquer coisa e elas começam a rosnar desesperadas facebook afora, a fim de impedir a invasão de uma suposta rival. É coisa de louco!

Como se não bastasse aquela coisa ridícula de fazer perfil junto, colocar foto de rostinho colado, acordar postando: “te amo, benhê” e etc, as malucas vivem ariscas, de guarda, com um GPS eternamente ligado, que dispara a cada possível investida de outra mulher.

E na onda de se mostrar dona do pedaço - que na maioria das vezes é um pedaço mesmo – elas começam a comentar qualquer espirro que o namorado/marido/ficante dá na web. Elas retwittam tudo, curtem tudo, compartilham tudo, comentam tudo, dão pitaco em tudo. É uma coisa insuportável. 

Se uma amiga desavisada e desconhecida por ela ousar fazer um comentário, lá estão elas, com as quatro patas dentro do perfil dos machos, mijando nos cantos para demarcar o território e prontas para botar pra correr a latidos as pobres coitadas. E quando a coisa deixa de funcionar no mural, começa a marcação. É um tal de marcar o cara no baba de domingo, na quermesse da igreja, no batizado da boneca. Onde houver um ambiente familiar no qual ela esteve com ele, ele será marcado na foto, pois é uma maneira de acender o letreiro luminoso com letras garrafais piscando: ELE É MEU! 

Meninas, ouçam um conselho de quem nunca fez essa patrulha e nem pretende fazer: dá um logoff, pois essa eterna sentinela não vai adiantar nada. Desistam. Porque enquanto você twitta que ama ele, ele tá dando uma “twittada” em alguém.