sábado, 12 de março de 2011

Aqui é o fim do mundo!

As ondas de sete metros que varreram carros, construções e tudo mais na última sexta-feira no nordeste do Japão fizeram minha irmã caçula realmente acreditar que o mundo acabará em 2012, como foi profetizado por Nostradamus. A criança de seis anos enforcada com um cadarço na semana passada no Rio de Janeiro por uma mãe de família me faz ter certeza de que o mundo já está acabando aqui e agora, na nossa frente e estamos acompanhando tudo via internet.

Sim, são situações completamente distintas as que eu cito. Mas, é bem verdade que o fim do mundo idealizado por Hollywood, passagens bíblicas e profecias que rendem o sem número de documentários da History Chanel, com fogo, água e mais uma série de catástrofes naturais, perde feio para a desumanidade para qual caminhamos. O ser humano desistiu de "ser" humano e, para mim, não há nenhum fim mais trágico do que este.

É verdade, o mundo sempre esteve repleto de psicopatas, severas crueldades atravessaram séculos sendo ovacionadas por multidões, houve tempo em que as mortes eram assistidas por um grande público como um espetáculo tão glorioso com uma partida de futebol, porém era bem diferente. O fato é que a naturalidade com a qual estamos digerindo notícias como a do assassinato da menina Lavínia é uma mostra do quanto a barbárie está se tornando um feijão com arroz no prato de todos nós.


Imagens de tsunamis e terremotos não podem abalar mais do que uma mulher que confessa ter premeditado e asfixiado uma criança. Porque para os abalos sísmicos há de se achar explicação, bastam cálculos e estudos amparados em todos os aparatos tecnológicos. Mas para crimes dessa natureza nunca iremos obter respostas sensatas. O que leva uma mulher com três filhos a assassinar uma criança? Quantos Richthofens, Nardonis,  Eloás, Joanas e tantos outros que não ganham a mídia, irão passar por nossos olhos enquanto esperamos que o mundo se acabe em erupções vulcânicas e tremores de terra?

Cidades devastadas por tragédias climáticas são reconstruídas, as vidas perdidas são de fato insubstituíveis, mas não posso negar que me preocupa muito mais o quanto matar e morrer tem se tornado banal aos nossos olhos. O quanto a vida está valendo quase nada. O quanto nosso choque diante de crimes como esses, só dura até o exato instante em que nos distraímos lendo a próxima notícia sobre um lançamento da Apple.

4 comentários:

  1. Estou chocada com tudo isso. O pior eh o sentimento de fraqueza perante a essa situacao.Ainda há algo a ser feito por nós?? Porque se depender de autoridades...

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  2. Pra mim o mundo tambem esta bem proximo de acabar e os sinais sao todos esses.Tanto os fenomenos naturais quanto essa desumanizacao. Pra onde fugir?

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  3. É tristee essa nossa realidade...mas ela esta aí latente!

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  4. Daza, estou tentando ser seguidora e não consigo... Entro com meus dados do google e nada... Bjs.

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