domingo, 12 de junho de 2011

A invenção do amor


Eu sei. As pessoas vão pensar que eu sou recalcada, invejosa, mal amada, revoltada, desumana e infeliz. Mas, eu não sou. Sinceramente, eu, você, todos nós sabemos que essas datas são uma coisa meramente comercial, que faz nada mais nada menos do que acorrentar as pessoas a obrigações extremamente hipócritas. Esse texto está sendo escrito hoje, mas poderia ter sido escrito no dia das mães, dos pais, no Natal ou em qualquer outra data oca de significado para além da publicidade e do comércio.

Quer saber de uma? Eu só queria ter um namorado hoje se ele pudesse me dar um tablet da Apple, me levar pra comer no Soho e me chamar pra dormir na melhor suíte do Hollywood. Sabe por quê? Porque assim como você e quase todo o resto da humanidade que diz que leva a sério essas datas comemorativas, eu também sou estupidamente consumista, porém, eu só não faço a menor questão de disfarçar. Simples!

Essa história de vamos celebrar o amor e blá, blá, blá é pura palhaçada, né gente? Aposto todo o dinheiro que um dia eu terei como 80% dos casais que eu conheço estão entediados só  de pensar nas filas quilométricas dos cinemas, dos restaurantes, dos motéis; nos shows lotados; nos presentes ruins; na calcinha pequena que incomoda pra caralho; nas declarações cínicas e nas brigas homéricas no final. Porque isso é o 12 de junho de verdade. Porque o amor perfeito tem a medida de um anúncio e o tempo de um spot. Na vida real ele não existe, mas para suportar tudo isso as pessoas necessitam de uma data para pintar o mundo de cor-de-rosa e sair acreditando nele o dia inteiro só porque as lojas precisam vender mais perfumes, jóias, sapatos, ursinhos e camisetas. Ah! Os outros 20% dos casais estão brigados, endividados, ou gratos por estar longe e apenas precisarem simular uma saudadezinha.

O protocolo social me ensina que eu deveria reciclar um namorado velho, tomar uma cervejinha com minhas amigas solteiras ou ficar em casa sofrendo por tudo isso. Mas eu não consigo, não consigo fingir que acredito nesse amor fabricado, engarrafado, parcelado em três vezes sem juros, só pra me sentir gente que nem os outros. Ai Sheldon Cooper, só você me entenderia!

7 comentários:

  1. Muuuito bom!!
    Ah,3 vezes sem juros tá pouco viu?! A depender do presente,há quem divida em 10.As filas nessas datas são realmente insuportáveis,dignas de te fazer desistir e ficar em casa.

    Essa data na verdade só lembra aos solteiros que sentem falta de um companheiro (sem hipocrisia e ainda que sem presentes)que estão mais um ano sem esse companheiro para os outros dias do ano.

    Seria muito utópico de minha parte se eu acreditasse que pelo menos 1% desses casais podem estar felizes um com outro ainda que tenham trocado presente e estejam fazendo algum programinha light?

    No mais,concordo plenamente que em relação a maioria dos casais,acontece mesmo o que você descreve perfeitamente.

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  2. Obrigada Aline! Eu acredito que existem casais bacanas e felizes sim e certamente pra esses casais, hoje é um dia como qualquer outro.

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  3. Adoreiiiii...eu queria um namorado que me desse uma calça da Doc Dog....fora isso, to fora desses homens de "metirinha"...

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  4. Nossa,quanta formalidade dona Daza Moreira! rsrs
    Concordo mais uma vez.

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  5. Concordo com tudo que Daza escreveu. Só não concordo que se aplique a 100% dos casais.

    Houve aí contradição, não?
    Você disse que 80% fazem parte dos que “engolem” a dinâmica da data comercial e, por conseguinte, são fakes; e os 20% restante estão putos da vida. Ou seja, não sobra ninguém feliz. Aí no comentário você diz acreditar que existem casais felizes.

    Rapaz, eu passei 2 anos, com a mesma pessoa, por essa data... numa eu fui presenteada apenas com um serenata (sim!, é verdade) e noutra ganhei um sapato puro luxo lindo (risos) e fui igualmente feliz.


    Acho naturalmente merecido que haja uma data na qual sejamos presenteados com a finalidade de compensar nossos sacrifícios, porque namorar exige sacrifícios sim!; e nem por isso torna-se um fardo. E é aí mais uma vez que concordo com Daza... hipocrisia dizer que não esperamos presentes. Mas, se ele não for o esperado não vai me causar uma profunda tristeza a ponto de terminar o enlace. Oxente gente!, que ideia é essa de amor acompanhado de presentes? Pode ser, pode não ser. É claro que é gostoso com, mas pode ser sem.


    Aline, o fato de alguém não ter namorado no Dias dos Namorados não é determinista para que a pessoa não tenham namorado nos outros dias do ano. Sua ideia aí diz isso.

    Ah!, eu terminei meu namoro duas semanas antes do dia 12 de junho e não senti, no referido dia, falta alguma de um companheiro.


    “Seria muito utópico de minha parte se eu acreditasse que pelo menos 1% desses casais podem estar felizes um com outro ainda que tenham trocado presente e estejam fazendo algum programinha light?”

    Nossa!, que visão mini-pessimista.
    Como assim não há casais felizes? Claro que sim!


    Em tempo... eu não quero um namorado que me dê um tablet da Apple e me leve pra comer no Soho, mas aceito um que me leve para o 33 Sérgio Arno e me dê um novo iphone, porque o meu quebrou. (risos)

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  6. Este comentário foi removido pelo autor.

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