quarta-feira, 29 de junho de 2011

Na vida real

Tem gente que acha que vai encontrar um príncipe, uma pessoa incrível numa baladinha ou na sala de espera do dentista ou quem sabe na fila do banco. Alguém com os mesmos gostos, sensível e cheio de amor pra dar, que vai começar a fazer planos de casamento no segundo mês de romance. Na realidade, o cara que te beijou na balada nunca liga no dia seguinte - porque quase sempre está sem bônus no celular -, não combina com você nada, tem amigos chatos pra caralho e leva até um ano para resolver assumir que tá namorando.

Tem gente que sonha com um amor de novela. Desses que acordam sem mau hálito e não tem nenhuma conta pra pagar. Desses que só precisam exterminar a vilã que insiste em jogar areia no brinquedo do casalzinho. Na vida real, a gente quebra o pau, se apaixona por quem não tá nem aí, é traído, briga por causa da torneira aberta e da lâmpada acesa que tanto pesam no bolso no fim do mês. 

Ou a sogra é um saco, ou nossa mãe implica ou existe a praga da ex. Vocês vão ter que começar a economizar dinheiro, ele tem ciúme das suas amigas, você quer discutir a relação e ele está mais preocupado nas cinco apostilas do concurso pra ler. E ele precisa parar de fumar e você precisa emagrecer.

Acorda, gente! Tem coisas que não ultrapassam a tela da Rede Globo, sonhos que só servem para render dinheiro às bilheterias dos filmes de comédia romântica. E no mundo da gente de carne e osso a coisa não funciona bem assim. Na vida real, a gente se estrepa, ama e não pode deixar pra ser feliz só no final.

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