sexta-feira, 13 de maio de 2011

13 de maio, e daí?

13 de maio é, sem sombra de dúvidas, uma das datas que mais dispensa comemorações no duvidoso calendário de fatos históricos desse país. Estamos todos, carecas de saber que a “abolição da escravatura” foi mais uma encenação de uma época em que o Brasil topava tudo para aparecer bonito na foto. E no meio desse teatro de fantoches, a princesinha branca e mais uma meia dúzia de abolicionistas igualmente brancos assinaram uma lei que até hoje, 123 anos depois, não entrou em vigor. Pra gente ver que a (in) eficiência na aplicação das leis nesse país é coisa que vem dos velhos tempos. E, para melhorar ainda mais a situação, nesse meio tempo foram inventadas novas formas de escravidão. Afinal, em algumas regiões e estados do território brasileiro é inexistente a possibilidade de se conseguir um trabalho realizado em condições adequadas de saúde, segurança, com formalização e garantia de direitos, além de liberdade e remuneração digna. Seja em uma fazenda no Mato Grosso ou em um apartamento da grande São Paulo encontramos inúmeros exemplos de que a tal Lei Aurea está esquecida na poeira dos livros de história e só é lembrada através de uma ou outra novela de época da Rede Globo. A luta pela erradicação do trabalho escravo e do trabalho infantil, e pela promoção da igualdade nos âmbitos de gênero e raça, são provas simples do quanto ainda é preciso caminhar para conseguir tornar este país um lugar um pouco mais digno. E por isso, 13 de maio é só mais uma data, um dia como qualquer outro, no qual não há nada a ser comemorado e ponto final.


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