Eu estou solteira. Acho que atualmente eu posso afirmar com todas as letras, sílabas e fonemas: I’m a single lady. Mas, devo confessar que ao contrário de algumas mulheres que abominam esse estado civil, eu não estou nem um pouco desesperada. De verdade. Eu já cansei de cantar aos quatro ventos que sou adepta da filosofia do “antes só do que mal acompanhada” sempre. E por isso, estou arduamente adquirindo o bom senso necessário para administrar meus relacionamentos e também a ausência deles. Assim ninguém se machuca (eu acho).
Não estou sendo pretensiosa quando digo que estou solteira por opção minha, porque eu realmente estou. Essa é a mais pura verdade. Garanto a vocês que mesmo não sendo nenhuma Camila Pitanga eu poderia estar namorando. Bastaria que eu me submetesse ao que se submetem certas pessoas (tarefa difícil) ou que eu encontrasse alguém disposto a viver uma relação de verdade sob meu ponto de vista (tarefa bem mais difícil).
Pois é, por mais que seja maravilhoso estar com alguém, não dá para aturar poucas e boas apenas para ter um homem (ou uma mulher) pra chamar de seu (ou sua). Sexo é ótimo e necessário, assim como é maravilhoso ter alguém para conversar depois de um dia exaustivo de trabalho ou para te fazer surpresinhas legais, mas o que eu vejo as pessoas aceitando para terem um namorado é de uma violação que beira o absurdo. Não ser solteira tem custado abrir mão de amizades, brigar com a família inteira, abandonar convicções e princípios que compõem a própria personalidade e esquecer-se de si próprio em prol do outro que quase sempre não retribui ou não se compromete ou não tá nem aí.
Eu não sou hipócrita, somos passíveis de mudanças decorrentes de nossas relações – não só as amorosas. Eu já mudei e já fui mudada, isso é natural. Relacionamento é troca. Agora, abandonar tudo que você é e se travestir de uma nova coisa como garantia para continuidade ou a longevidade de uma história, é demais. E não há entidade sobrenatural que me convença de que eu preciso deixar de ser eu para ser de alguém. Até porque, pelo que tenho observado quase sempre isso acaba mal.
Se o preço que se paga para não deixar de ser o que a gente é, não deixar de fazer as coisas que a gente gosta, não deixar de ir aos lugares onde nos sentimos bem, não abrir mão de estar em companhias que nos fazem felizes, é ficar solteira, eu pago! Topo mesmo e sigo feliz. A solteirice para mim não é uma carga que a gente leva nas costas, não é um desajuste como pensa quem ainda tenta nos convencer a casar e parir de qualquer jeito, não é uma coisa do tipo: “coitada, tá solteira”. Isso tudo, na verdade é, mais uma vez, a síndrome da vida de comercial de margarina. E eu me nego!
Conheço casais muito bacanas, com relacionamentos de verdade, duradouros, que não precisam de submissão ou omissão de personalidade para sobreviver. As pessoas respeitam o que o outro é e pra esses eu dou ponto. É assim que tem que ser, é isso que eu busco para mim. Caso contrário, me deixe solteríssima com internet, chocalate, SKY e um celular com crédito suficiente para resenhar com minhas amigas.
Olho a minha volta e vejo uma porção de relações doentias, amparadas no maldito comodismo, cheias de oportunismos idiotas e vazias de qualquer sombra de sinceridade e de lealdade. Nos bares, nos restaurantes, nas festas, nos shows, percebo inúmeros de “não-solteiros” se entupindo de mentiras em relacionamentos que, sinceramente, em nada me causam inveja. Acho que estar solteira significa estar livre de tudo isso e, honestamente, vale muito à pena.
Assino embaixo!
ResponderExcluirAssino em baixo!²
ResponderExcluirAi Daza..incrívelll como me senti em tudo q vc escreveu....
ResponderExcluirÉ ISSO AÍ, ASSINO EM BAIXO !
ResponderExcluirO amor deu lugar a união de interesses, já não importa mais estar ao lado de que quem se gosta, o importante é estar com que é mais interessante aos olhos da sociedade do que ao seu coração. Também não sou contra casamentos, sou conta o medo de ser feliz com quem realmente gostaria de ser, sou contra o comodismo que vai gerar casais que viverão de aparências apenas porque alguém acha que é melhor assim.
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