terça-feira, 26 de abril de 2011

Eu não insisto nunca

Eu desisto fácil. Uso o pessimismo como uma espécie de oposto da persistência. Se pode acontecer o pior, ele vai acontecer e é bom desistir logo antes que se suceda. Então se você não me atende, eu não te ligo novamente. Evito o vazio das 14 chamadas não atendidas e evito também o descaso da ligação recusada. Se você não me quer, eu não espero até que você queira. Assim não trato de esperar pelo que talvez nunca aconteça. Assim não vai me doer tanto quando eu topar com a notícia de que você já casou, já teve filhos, já nem se lembra de mim. Se você não vem, eu não tenho porque continuar arrumada te esperando. Não vou esperar borrar a maquiagem chorando quando, às três da madrugada, você resolver me mandar um torpedo dizendo que aconteceu um imprevisto. Eu não insisto nunca. Pelo menos não entre nós dois. Bater a cabeça na parede me penalizando nunca foi meu forte. Um dia desses, meu coração aprende que nasceu para viver sozinho. Sabe por quê? Não existe busca pela metade da laranja para uma pessoa que é apenas uma parte desproporcional de um limão azedo.

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