Amizade para mim é mais ou menos como uma entidade religiosa. Não no sentido dogmático da coisa, mas pela fé. Acredito em poucas coisas tanto quanto acredito nessa forma de se relacionar com o mundo que chamamos de “ser amigo”. Nossos amigos são uma espécie de elo entre o que nós somos e todo o resto. Mais que nossa família, pois nossos amigos são as nossas escolhas. A gente se torna amigo por ter optado ser uma determinada coisa diante dessa humanidade. Ainda que hoje se valorize muito mais o que a pessoa tem do que o que a pessoa é, ter amigos ainda é sinal de ser gente. E por isso, eu mesma, não confio em ninguém que não tenha pelo menos um amigo. Desconfio também dos excessos, das superficialidades e das longas distâncias (não-físicas) que destroem determinadas amizades, às vezes me dão impressão de que nunca foi nada, já que se desfaz por tão pouco. Ser amigo vale tanto a pena que merece ser salvo nem que seja no último fio. É sagrado. Porque sem amigos, viver se torna verdadeiramente insuportável.
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