quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Eu me permito

Algumas pessoas acham que só arrisca a vida quem joga tudo pra o alto. Quem vai vivendo de improviso e no fim se contenta com o que deu certo. Para elas isso é se permitir. Eu não faço nada disso, não sinto falta de não ter  feito e ainda assim acredito que me permito. Me permito porque sou eu mesma responsável por minha vida, inclusive pelas coisas que construo, o que me faz não ter coragem de abandoná-las. Quem é realista sabe o quanto é duro abandonar o que custa nosso próprio esforço. Meus planos, metas, objetivos e roteiros foram criados porque eu sei onde quero chegar e não posso andar sem rumo por uma vida na qual nada é fácil. Se aventurar não é só é ir embora de sua cidade ou de seu país para encarar o desconhecido. É também entrar num mundo onde você é uma estranha e ter seu lugar, sua voz. E isso eu tenho feito a minha vida inteira. Enfrentar o mundo é ser neta de lavadeira e se formar em universidade pública. É querer ter seu próprio dinheiro, seu carro e seu ótimo emprego, onde ainda se pensa que as mulheres devem ser submissas. É saber argumentar, em vez de calar a boca para ser aceita. É poder ser o que quiser, quando quiser, sem ter que dar satisfações ou pedir ajuda.  Se permitir é muito mais do que ir daqui até ali e voltar porque deu tudo errado.

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