quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

O que eu chamo de amor

Quando uma mulher decide povoar o mundo com o melhor de si não há engano. E só a isso eu consigo chamar de amor. Na minha vida eu não amo ninguém com a intensidade que amo a mulher que me trouxe a esse universo. Meu coração não consegue bater tão forte por mais ninguém além dessa pessoa. Há mais de duas décadas, num tempo em que ela trazia consigo poucas certezas, aquela mulher decidiu por ela mesma, sem intermédio, consulta, apoio ou conselho que iria gerar a pessoa com quem viveria sua mais linda história de amor. Não foi erro, vacilo ou engano, até porque só é o que tem que ser. Quem já a conhece de tempos, mal se lembra como ela era antes daquela vida. Aquela mulher que renasceu junto com a outra lá naquele agosto, deve ter sentido ao olhar para aquele ser, que era só seu e de mais ninguém, que ali recomeçava o mundo, pelo menos o seu mundo. O carinho, o afeto, as melhores coisas que ela pudesse fazer, faria infinitamente por aquela pessoa e graças às energias que se responsabilizam pelos encontros e desencontros dessa e das outras encarnações. Assim, a vida toda trataria de ser de amor recíproco e de inabalável cumplicidade. Coisa que só quem sente sabe e entende e que quem vê só se baratina. Porque aquela mulher fez um pacto que não foi lavrado em nenhum cartório ou tabelionato, mas que vale mais do que qualquer palavra escrita ou papel impresso. De mãe, de filha, de irmã e amiga de quem não levanta um dia sequer sem desejar a felicidade da outra. Que ensinou a voar mesmo tendo tanto medo de que ela se perca em seus vôos. Aquelas mulheres sabiam que se um dia a vida não desse a elas mais nada, já teria dado muito, pelo simples fato de terem uma a outra. Juntas nada parece tão abalável, nem aterrador, nem mesmo a mesquinhez de quem dia após dia vive de invejar aquele amor, por ser incapaz de mensurá-lo. Coisa de quem não sabe o que é amor e vive confundindo com relações efêmeras. Tem sido assim e assim continuará sendo, duas mulheres vivendo suas vidas dia após dia, amparadas pela certeza de que amor real mesmo só esse, de filha pra mãe e de mãe pra filha.

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