quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

O BBB, o insensato e os quatro atos

Começou há uma semana a 11ª edição do reality show que de real não tem nada, mas que ainda faz sucesso nesse país. Com ela, começa também a exibição exaustiva de abdomens sarados e mentes vazias e de  afairs  - que convencem tanto quanto as plásticas da mãe do papagaio de espuma. Tudo acontecendo sob o comando de um cara que, te tanto conviver com os brothers, me fez perder todas as referências profissionais positivas que eu tinha dele e se tornou tão no sense quanto os confinados. 

São um bando de mocinhas e mocinhos – assim da minha idade -  que independente do que fizeram depois do programa, dificilmente, deixarão de ser lembrados apenas pelo título de ex-BBBs. E é bem o que eles merecem por encherem nossa tela de imbecilidades todos os dias. Me choco quando lembro que tem gente que assina pay-per-view pra ficar vendo tanta demência o dia inteiro. Na maioria das vezes que paro para assistir ao programa, dou de cara com meu conterrâneo “coreógrafo” ensaiando algum rebolation do verão passado numa agitação sem fim em frente a seus coleguinhas sem assunto. É o suficiente, desligo a TV. Se o que eles tivessem de “beleza”, tivessem também de conhecimento, estaríamos numa biblioteca.

No mais, dei graças aos deuses, pelo fim da trama das oito, que eu não assistia e não conhecia ninguém que assistisse. Daria minha alma para que a Globo desistisse desse modelo de teledramaturgia “mais do mesmo”, mas foi mais fácil ver mais um signo dentro do horóscopo, do que ver extinta um dia a praga das telenovelas. Me animo ao ver que a nova trama tem insensato no título – as outras eram insensatas em tudo -  e um elenco de primeira. Muita gente boa que andava há tempos fora da TV vai dar as caras nessa história. Queira o santo protetor dos telespectadores, que ela tenha um bom texto e o elenco tenha boa vontade de trabalhar, para que eu possa passar mais de um bloco em frente a TV, enquanto espero a atração seguinte.

Também na semana passada, parei para ver a microssérie baseada em quatro canções de Chico Buarque (de quem eu sou mais que fã). Empolgada que fico com as séries globais de inicio de ano. Decepção total. Ainda que eu tenha entendido que era uma livre adaptação, achei livre demais. Do universo buarqueano só tinha a trilha sonora e os nomes dos episódios. Achei a maior sacanagem pegarem obras como Mil perdões, Folhetim e As vitrines e resumir tudo a historinhas de amor monogâmicas, cheias de puritanismos e preconceitozinhos e sem a menor paixão. Quando não faltava mais nada, contaram a fábula da prostituta que larga a profissão por amor. Nunca soube de letra alguma de Chico Buarque que fizesse qualquer referência a tal acontecimento. Quem ficou puta com isso fui eu!

Nenhum comentário:

Postar um comentário