sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Partindo do passado

"O passado às vezes é como uma âncora, que te impede de seguir em frente." Essa frase saiu de um dos meus seriados favoritos, Sex and the city, e, hoje pela manhã, não saía da minha cabeça. Se somos embarcações tão independentes carregadas de coisas positivas, porque, tantas vezes não conseguimos simplesmente levantar as bendita âncora e seguir? 

Ainda insisto em acreditar que tudo que não conseguimos superar parte do “não enfrentamento”. É como se, por fora, a gente mostrasse que aquilo já não incomoda ou faz sentido em nossas vidas, mas pra dentro sabemos que qualquer coisa pode nos desestabilizar e nos deixar novamente ancoradas em situações, histórias e relações que já não cabem mais no presente.

Digo tudo, sem risco ou intenção de me mostrar uma fortaleza, até porque, muitas vezes me amparo nesse passado, que eu mesma chamo ou que eu não verdadeiramente deixo em seu devido lugar. Sou assim até estar frente a frente comigo ciente de que não vale a pena carregar o peso do que já passou. É duro, mas é preciso seguir mar adentro ou rio acima com a certeza de que aquilo que conseguimos verdadeiramente deixar onde deve estar não mais será passível de nos incomodar. E que, a ausência do desconforto do que já passou só depende de nós mesmos, de nossas forças e nossas sinceras vontades.

Por isso, a todos e todas que permanecem ancorados em porto ou cais, presos ao que já não é mais conjugável no presente, só me vem à cabeça dizer: tenha certeza do que vale e do que não vale estar nesse momento da sua vida e, em seguida depois todo resto estará resolvido. As lembranças são sempre inevitáveis, eu diria que até mesmo os saudosismos são cabíveis, o que não nos cabe de verdade é o sofrimento, a dor e a inquietação. 

“No presente a mente, o corpo é diferente e o passado é uma roupa que não nos serve mais.” (Belchior)

2 comentários:

  1. É normal de vez em quando pensar em como eram as coisas antes ou como poderiam estar sendo mas o que não é legal é sofrer por isso.
    Ainda que haja possibilidade de vivermos alguns momentos semelhantes,como retornar a aquela mesma cidade,país,ou a aquele mesmo curso que foi interrompido,nada pode voltar a ser exatamente como era,isso é fato (e isso é sublime),então...não adianta sofrer.

    "...Mas é você que ama o passado e que nao vê,que o novo sempre vem..."

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  2. Lindo teu espaço. Parabéns. Vou acompanhar.

    Forte abraço.

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