Quando você apareceu eu gritei pra meu coração: É AMIGO! Como quem grita pra um cachorro brabo pronto pra esfacelar a panturrilha de um visitante desavisado. Ele, andava cheio de receios de uma vida inteira de furdunços que só fizeram machuca-lo, mas eu, fui o convencendo que você não passava dali. Até porque, você não tinha chances nem pretensões de se tornar um desamor potencial ou um nome deletado na agenda do meu celular. Meu coração, que não é bobo nem nada, ficou na espreita, feito cobra que se aquieta pra dar o bote a perceber qualquer risco, feito uma mãe a sobrevoar o ninho pra proteger seus filhotes. Mas você, eu não sei como, talvez fez arrodeio, não meteu o pé na porta, apenas deu voltas e atingiu bem em cheio. Ele tava desavisado, tinha abaixado a guarda achando que você não ousaria, nem viu você se assanhar pra o ataque. De lá pra cá, venha ver onde você está. Mas meu coração inteiro, teimoso que é, ainda bate pé e insiste em dizer que você não manda nada aqui dentro e por isso a porta está a meio palmo, escorada. Já que, esse coração desconfiado não é de prender ninguém por dentro.
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