sábado, 6 de novembro de 2010

É que eu preciso aprender a ser só

      Uma vez coloquei no meu msn “Eu preciso aprender a ser só” e algumas pessoas começaram a me questionar indignadas porque eu tinha escrito isso. Mas qual é o problema de ser só? Li outro dia em um blog um texto sobre a afirmação de que é impossível ser feliz sozinho e comecei a perguntar a algumas pessoas se elas concordavam. Foi quase unânime a concordância, exceto pela opinião de uma pessoa muito parecida comigo que também acha que é possível sim ser feliz sem essa necessidade eterna de busca por um relacionamento. Tom Jobim que me desculpe, viu?
       Ok, não estou dizendo que eu acho ruim ter alguém para passear, conversar, fazer sexo, sentir ciúmes e etc, eu acho bom sim, porém me intriga essa necessidade de procura (ou espera) pelo outro, como se a vida não estivesse completa sem um relacionamento. Qual é o problema de não ter ninguém, minha gente? Conheço tantos relacionamentos que são dez mil vezes piores do que qualquer abstinência de companhia masculina ou feminina. Então porque não aprendemos a sermos felizes sozinhos, por nós mesmos, com nossos amigos, nossos livros, nossas famílias, nossos empregos e uma boa internet bandalarga? E por que insistem tanto em confundir solteirice com solidão? E solidão com depressão?
       Ninguém soube me explicar isso, apenas me diziam que a vida era mais completa tendo alguém. Li outro dia na internet (não lembro bem onde) sobre uma pesquisa mostrando que as mulheres brasileiras apesar de mais escolarizadas e etc, ainda sonham noivar, casar na igreja e ter filhos. Fiquei tão chocada como quando Carrie casou com Big em Sex and the city. Século 21 e elas ainda esperam a metade da laranja! Sinto muito meninas, mas eu só quero comer os doces dos casamentos de vocês, comprar um apartamento lindo e um filhote de chow chow, ter um chefe pra falar mal às sextas-feiras numa mesa de bar, dinheiro pra jantar fora 3 vezes na semana, um closet atolado de roupas e sapatos, aprender francês e conhecer Cuba e Nova York. Que mal tem?
       Sim. Eu preciso aprender a ser só mesmo. Posso namorar, conhecer caras legais, me apaixonar várias e várias vezes, mas não quero passar minha vida esperando por isso. É muito pouco, eu quero desejar mais do que ter um novo sobrenome e um anel na mão esquerda. Posso?

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