terça-feira, 16 de novembro de 2010

Os eternos personagens

Não gosto de gente que acha que entende tudo de filosofia porque leu uma obra de Nietzsche.
Ou que pensa que é mais culto por ter assistido meia dúzia de filmes de arte.
Detesto gente que acaba de te conhecer e acha que te conhece mais do que quem convive com você a vida inteira, porque artista tem mais sensibilidade.
Odeio quem diz que vai aprender até russo, mas não vai aprender inglês por posicionamento político.
Não tenho saco pra quem diz que não compra carne em casa, mas que quando chega na casa dos outros come a carne que tem e que não tem.
Me irrita esse povo que diz que vive de arte, mas que tem alguém pra pagar suas contas no fim do mês.
Acho graça de quem fuma um cigarro atrás do outro e vem falar mal de quem toma remédio pra emagrecer.
E mete o pau nessa ou naquela política, mas sobrevive desse e daquele edital.
Não suporto quem diz que alcança a plenitude porque pinta um quadro, mas morreria de fome senão tivesse um bom marchant.
Fico puta com essa gente que acha que você tem uma vida medíocre porque trabalha de segunda a sexta, das 8 às 18, como se a única forma de viver que valesse a pena fosse sem horários.
E que vive um eterno personagem, encarnado até mesmo em um almoço de família 
Acho hipócrita quem fala de coletividade, mas que não consegue fazer nada com quem vive fora do seu mundinho.
E quem ouve mantra e medita o tempo todo, mas não troca uma palavra com ninguém da família.
Tenho vontade de rir de quem dorme paty e acorda hippie e cheia de novos conceitos.
Não tenho saco pra quem acha que vive perto de Deus porque vive de arte.
E odeio quem esquece que quando desce do palco deixa de ser o centro das atenções.
Mas, eu tenho ojeriza mesmo, de quem puxa saco de gente assim.

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