“Pense num absurdo, no Brasil tem precedente!”. É parafraseando e adaptando a citação de Otávio Mangadeira, que eu começo a falar do ‘fim da picada’, como diriam os mais velhos. Mais de 4 milhões de brasileiros se prepararam para fazer uma prova, passaram por todo stress inerente a uma seleção e depositaram no Exame Nacional do Ensino Médio, dentre outras coisas, a esperança de cursar uma universidade. Coitados!
O MEC fez o favor de gozar com a cara dos estudantes brasileiros e apresentou provas mal elaboradas e, inclusive, com os cabeçalhos dos gabaritos invertidos. Parece até brincadeira, soa como pegadinha, mas é verdade. Pra vocês terem noção, minha irmã, que foi uma das pessoas que tiveram a infelicidade de fazer essa avaliação no último fim de semana, falou que os fiscais mal conseguiam orientar os candidatos sobre como resolver o problema dos gabaritos. A dúvida sobre onde e como marcar a folha de respostas ficou pairando no ar e cada fiscal informou o que bem quis, com ordens sabe-se lá de quem.
Como se não bastasse o que ocorreu no ano passado, quando as provas vazaram enquanto eram reproduzidas em uma gráfica em São Paulo– mostrando o quanto o MEC é minucioso quando escolhe as empresas que irão prestar serviços desse nível de importância- fazendo com que o exame tivesse que ser adiado, gerando um custo de nada menos que R$ 30 milhões aos cofres públicos (nosso bolso), esse ano resolveram esculhambar de vez. Os problemas do Enem 2010 farão com que, no mínimo, o exame tenha que ser cancelado e reaplicado, o que já foi decidido por uma juíza federal.
Enquanto isso, nosso ministro da educação, disse numa entrevista coletiva que vai convencer a justiça – ninguém sabe muito bem como ele fará isso - de que não é necessário anular o exame, porque as reclamações são muito pequenas em números absolutos e ele entrará em contato com a empresa que é responsável por nem sei quê. Eu achava que o responsável era o MEC, mas... Peraê, eu ouvi bem? Ele não pediu nem um: “me desculpe, por ter te tirado de casa dois dias e ter te colocado pra fazer uma prova mal feita e atrapalhada”. Me poupe, hein Ministro?!
Pois é, parece que perderam tanto tempo preocupados em proibir os candidatos de usarem lápis, relógios, isso ou aquilo que se esqueceram de elaborar uma avaliação minimamente digna. Depois de 180 questões, 10 horas de provas, dois dias de engarrafamentos, tensão e concentração, o Enem só serviu para mostrar, mais uma vez, o quanto se preocupam com a educação em nosso país.
É isso aí,educação no Brasil = Palhaçada! (aliás,não só educação né?!!).
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