terça-feira, 2 de novembro de 2010

Pra não dizer que não falei de Dilma

Sucessão presidencial é o tipo de assunto que inevitavelmente não pode passar batido. Fomos surpreendidos por uma eleição morna, na qual um tema como o analfabetismo (ou não) de um comediante cearense eleito com nada menos que 1,35 milhão de votos em São Paulo, nos faz visitar as editorias de política muito mais do que essa discussão sem sentido sobre a legalização do aborto, num país onde acontecem mais de um milhão de abortos por ano e onde a não-legalização faz com que morra uma mulher a cada dois dias vítima de procedimentos clandestinos. Em um ano em que um infeliz governador ao perceber que sua candidatura seria vetada, transformou sua mulher de primeira dama insossa em candidata e protagonista de um debate onde ela ficou mais perdida do que salmão em feijoada e suas colocações só serviram para engordar os números que marcam acessos no Youtube, não há muito o que se dizer nem esperar. 
      O segundo turno conseguiu ser ainda mais parado do que o primeiro e a ausência de boca de urna e sujeira nas ruas no último dia 31 me fez sentir que a vitória de Dilma já era certa, pelo menos em minha cidade. Ainda assim, votei agora em Dilma. Principalmente porque lembro que a cena da posse do presidente Lula em 1 de janeiro de 2003 como uma das coisas mais emocionantes que eu vi na TV Brasileira, parecia que o Brasil ia mudar e mudou  e, além disso não da pra imaginar os tucanos (que mais parecem urubus) de volta ao poder. Ainda que agora seja bem difícil acreditar que Dilma empreenda alguma mudança significativa no país já que certos partidos estão tão viciados no poder que as coisas acabam funcionando como um jogo de cartas marcadas, pelo menos temos que nos orgulhar e comemorar pelo fato de que finalmente uma mulher tecnicamente muito bem preparada vai assumir a presidência do Brasil. Já estava na hora!

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